Peito seco: causas, sintomas e como evitar

O peito seco é um problema sério que pode afetar qualquer pássaro, principalmente em criações.

Ele recebe esse nome porque, ao tocar o peito do pássaro, é possível sentir o osso do esterno com muita facilidade — sinal de que houve uma perda acentuada de peso e massa muscular.

Apesar de muitos criadores acreditarem que o peito seco seja uma doença, na verdade ele é um sintoma, assim como a diarreia ou o emagrecimento extremo.

Quando chega a esse ponto, significa que o problema já está em estágio avançado, o que torna o tratamento mais difícil e a recuperação mais demorada.

A forma mais comum de identificar o peito seco é através da avaliação do escore corporal (ECC).

Para isso, o criador segura o pássaro com cuidado e assopra a região do peito, passando o dedo levemente para verificar se o osso está evidente.

Quando o osso é facilmente sentido, é um forte indicativo de que o pássaro perdeu gordura e músculo, o que requer atenção imediata.

Outra maneira mais tranquila e menos estressante de acompanhar o estado corporal é fazer a pesagem mensal do pássaro.

Mas se a perda for superior a isso em menos de um mês, é um sinal de alerta que precisa ser inestigado.

Quando o pássaro chega à fase de peito seco, significa que o organismo já utilizou toda a reserva de gordura corporal tentando se manter em equilíbrio.

Sem energia suficiente proveniente da gordura, o corpo começa a consumir os próprios músculos para garantir o funcionamento dos órgãos vitais, como coração e pulmões.

Essa degradação muscular é o que dá o aspecto de “peito em forma de quilha”, deixando o osso visível e pontudo.

Existem várias causas que podem levar o pássaro a esse estado. As principais são:

  1. Problemas parasitários (verminoses):
    Os vermes intestinais consomem parte dos nutrientes ingeridos, fazendo com que o pássaro não absorva corretamente as proteínas, gorduras e vitaminas da dieta.
  2. Alimentação desbalanceada:
    Muitos criadores oferecem misturas de sementes compostas apenas pelas preferidas do pássaro (como alpiste, painço e aveia). Embora ele coma bem, essa alimentação é pobre em proteínas e aminoácidos essenciais, fundamentais para a manutenção da massa muscular.
  3. Doenças infecciosas ou hepáticas:
    Infecções, intoxicações e distúrbios no fígado podem afetar a digestão e o metabolismo, agravando a perda de peso.

A prevenção começa pela alimentação equilibrada.

Ofereça uma dieta completa e variada, de acordo com as necessidades de cada espécie e fase da vida.

Evite exageros em suplementos proteicos e farinhadas — embora pareçam uma boa solução rápida, o excesso pode sobrecarregar o fígado e baixar a imunidade da ave, abrindo espaço para vírus e bactérias oportunistas.

Outros cuidados como fazer exame de fezes regularmente, controlar o peso dos pássaros e controlar o estresse são alternativas que ajudam a diminuir o aparecimento do peito seco.

Mas se o seu pássaro já apresenta sinais de peito seco, o ideal é buscar atendimento nutricional especializado.

Somente um acompanhamento individualizado pode identificar a causa real e ajustar a alimentação da forma correta.

Evite usar remédios e suplementos sem orientação: isso pode mascarar os sintomas por um tempo, mas o problema voltará mais forte e o risco de perda do pássaro será maior.

Com o tratamento certo e o ajuste nutricional adequado, é possível reverter o quadro e devolver a saúde e a força ao seu pássaro.

2 comentários em “Peito seco: causas, sintomas e como evitar”

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