Nutracêuticos: o poder dos alimentos na criação

Muitos criadores já utilizam nutracêuticos na rotina de seus pássaros sem perceber.

Sempre que alguém oferece linhaça para reforçar o ômega 3, uma farinhada com probióticos, laranja que é rica em antioxidantes ou ingredientes funcionais como anis estrelado e gengibre, está usando compostos que vão além da nutrição básica.

Eles atuam diretamente no organismo dos pássaros, ajudando a prevenir doenças, fortalecer os músculos, melhorar a imunidade e otimizar o desempenho nos torneios.

É por isso que os nutracêuticos vêm ganhando espaço no manejo nutricional de criadores que buscam melhorar a saúde e a performance dos seus pássaros sem recorrer a medicamentos desnecessários.

Esses compostos funcionam como uma ponte entre alimentação e bem-estar, trazendo benefícios que ultrapassam a simples oferta de proteínas, vitaminas e minerais.

Entre eles, as fibras são algumas das mais importantes. Presentes em verduras, cascas de sementes e frutas, auxiliam a digestão, aumentam a saciedade e ajudam o organismo a aproveitar melhor os nutrientes da dieta.

Quando o intestino trabalha bem, o sistema imunológico tende a acompanhar, já que grande parte das células de defesa depende do equilíbrio da flora intestinal para funcionar corretamente.

Um pássaro com intestino saudável se torna naturalmente mais resistente a infecções.

Frutas e verduras são fontes ricas desse tipo de composto, e a vitamina C é uma das mais conhecidas.

Ela reduz o estresse oxidativo  algo muito comum em pássaros que passam por treinos intensos, manejo de torneios ou transporte frequente.

Ao incluir alimentos com antioxidantes de forma equilibrada, o criador favorece a recuperação pós-estímulo, mantém as células musculares mais protegidas e contribui para um melhor rendimento nas competições.

Os probióticos também são nutracêuticos extremamente valiosos. Eles atuam diretamente no intestino, equilibrando a microbiota e impedindo a proliferação de organismos nocivos.

Criam uma barreira natural contra vírus e bactérias, fortalecem a digestão e ajudam na absorção dos nutrientes.

Muitas rações extrusadas de boa qualidade já incluem probióticos na fórmula, o que torna essencial a leitura do rótulo antes de decidir se é realmente necessário complementar.

Quando oferecidos sem necessidade, os probióticos podem alterar o equilíbrio da flora intestinal e gerar efeitos contrários ao esperado, como fezes amolecidas, queda na imunidade e menor absorção dos nutrientes.

Entre os nutracêuticos mais comentados pelos criadores está o ômega 3. Ele melhora a circulação sanguínea, auxilia o funcionamento do coração, reduz inflamações e dá mais estabilidade ao organismo como um todo.

A linhaça é uma das fontes mais usadas na criação, já que costuma ser bem aceita pelas aves.

Oferecer linhaça “só porque faz bem” costuma gerar desequilíbrios, especialmente quando a farinhada ou mistura usada já contém ingredientes com propriedades semelhantes.

Essa questão do equilíbrio é o ponto central do uso de nutracêuticos. Muitos criadores, querendo reforçar a dieta, acabam exagerando na combinação de alimentos funcionais.

É comum encontrar farinhadas que já trazem ingredientes como anis-estrelado, linhaça, prebióticos, probióticos e antioxidantes.

Quando o criador adiciona mais desses compostos por conta própria, corre o risco de sobrecarregar o organismo do pássaro. O que deveria ser um reforço vira excesso, e o excesso pode prejudicar a saúde.

Assim como acontece com vitaminas, minerais ou suplementos de energia, o nutracêutico precisa ser usado com consciência.

A leitura dos rótulos dos alimentos torna-se fundamental para evitar a sobreposição de ingredientes.

Hoje, muitas rações extrusadas e farinhadas comerciais já são formuladas com foco em desempenho, saúde intestinal e fortalecimento imunológico.

Isso significa que, mesmo sem adicionar nada extra, o pássaro já recebe uma boa quantidade de compostos funcionais.

Por isso, antes de enriquecer ainda mais a dieta, é importante entender o que já está sendo oferecido e qual é o real objetivo de acrescentar algo novo.

Todos os alimentos até mesmo os mais simples carregam algum nível de nutracêuticos.

Verduras, sementes, frutas, farinhadas e extrusados fornecem compostos funcionais em quantidades diferentes. A chave está em saber quando reforçar e quando apenas manter a dieta.

Durante a muda de penas, por exemplo, o corpo exige maior aporte de proteínas e nutrientes envolvidos na formação de queratina.

Alguns nutracêuticos podem ajudar a reduzir o estresse desse período, melhorar o crescimento das penas novas e fortalecer a estrutura da plumagem.

Na reprodução, o cenário muda novamente. A energia gasta é maior, a demanda metabólica aumenta e os filhotes dependem diretamente da qualidade da alimentação oferecida ao casal.

Nessa fase, alguns nutracêuticos ajudam na vitalidade, na fertilidade, na resistência do organismo e até na saúde do trato digestivo dos filhotes.

Porém, mesmo nesses momentos, o ajuste deve ser feito com estratégia, sempre considerando a alimentação base da criação.

Os sinais apresentados pelos pássaros também ajudam o criador a tomar decisões mais seguras. Fezes desreguladas, dificuldade na muda, queda repentina de rendimento, irritabilidade, perda de brilho na plumagem e fraqueza podem indicar que há um desequilíbrio nutricional.

Mas isso não significa que a solução está em adicionar novos ingredientes. Em muitos casos, a correção da base, limpeza do ambiente, quantidade de ração oferecida, ajuste de frequência de oferta de frutas, revisão das sementes é o que realmente resolve o problema.

Mas, como qualquer recurso nutricional, devem ser usados de forma consciente. Manejo bem planejado, observação constante e conhecimento dos ingredientes tornam o uso dos nutracêuticos uma ferramenta valiosa no dia a dia da criação.

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4 comentários em “Nutracêuticos: o poder dos alimentos na criação”

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