A proteína é um dos nutrientes mais importantes para os pássaros e está diretamente ligada ao crescimento, fortalecimento muscular, manutenção das penas e até à produção de ovos.
Entre as diferentes fontes de proteína que podem ser oferecidas, a de insetos se destaca pela alta qualidade e pelo fato de ser naturalmente aceita pelos pássaros.
Na natureza, muitos pássaros consomem pequenos insetos como parte da dieta diária, e por isso incluir esse tipo de alimento pode trazer grandes benefícios para a criação.
Os insetos mais comuns usados em formulações comerciais, como rações extrusadas e farinhadas, são o tenébrio (Tenebrio molitor) e a mosca soldado negro (Hermetia illucens).
Esses dois são considerados excelentes fontes de proteína de fácil digestibilidade, mas também fornecem gorduras de boa qualidade, que funcionam como reserva de energia para o organismo, além de fibras provenientes do exoesqueleto, que auxiliam o trânsito intestinal.
O consumo pode ser feito de diferentes formas, desde insetos vivos, desidratados, triturados em forma de farinha, processados em óleo, incorporados na ração extrusada ou misturados na farinhada.
Essa variedade de apresentação facilita o manejo e permite que o criador encontre a melhor opção de acordo com a aceitação dos pássaros.
É comum que pássaros mais seletivos rejeitem alguns tipos de alimentos, mas quando os insetos estão em forma de farinha ou misturados a uma base alimentar já conhecida, como a farinhada, a aceitação costuma ser maior.
Isso é particularmente útil em épocas críticas, como a muda de penas, quando a demanda proteica aumenta e o organismo precisa de nutrientes de qualidade para produzir novas penas de forma saudável.
Apesar de toda a praticidade, é importante lembrar que oferecer insetos vivos exige cuidados. Muitos criadores optam por manter uma criação caseira de tenébrios para ter um fornecimento contínuo.
Essa prática pode ser vantajosa, mas é preciso atenção, já que a qualidade dos insetos depende diretamente da alimentação e da higiene das caixas onde são criados.
Se os insetos recebem alimentos de baixa qualidade ou se o ambiente é mal higienizado, os nutrientes transmitidos aos pássaros também serão comprometidos, podendo trazer riscos à saúde em vez de benefícios.
Por isso, quando optar por criar insetos em casa, cuide bem da alimentação deles, oferecendo grãos limpos, frutas em bom estado e mantendo a higiene dos recipientes.
Outra alternativa é adquirir os insetos já processados de empresas especializadas. Essa opção reduz os riscos de contaminação e garante um controle melhor sobre a qualidade nutricional do produto.
Tanto a farinha quanto o óleo de insetos são soluções práticas e de fácil utilização, especialmente para pássaros acostumados a dietas mais específicas. A farinha, por exemplo, pode ser incorporada à farinhada de forma gradual, estimulando o consumo sem causar estranheza.
Já o óleo, além de fornecer energia, pode atuar como palatabilizante, deixando os alimentos mais atrativos para os pássaros.
Independentemente da forma escolhida, o mais importante é sempre observar a resposta dos pássaros.
Avaliar a quantidade que está sendo consumida, o ganho ou manutenção do peso corporal e o aspecto geral da saúde são pontos fundamentais para determinar se a introdução da proteína de insetos está trazendo benefícios.
É comum que em períodos de maior exigência fisiológica, como a reprodução ou a participação em torneios, os resultados apareçam de forma mais evidente, já que o organismo necessita de um aporte maior de proteínas e gorduras.
É importante reforçar que, mesmo sendo um alimento natural e nutritivo, a proteína de insetos não deve ser oferecida em excesso.
Assim como qualquer outro nutriente, o excesso pode trazer desequilíbrios, sobrecarregar o fígado e prejudicar a saúde do pássaro a longo prazo. O segredo está no equilíbrio e no acompanhamento da dieta como um todo.
Além disso, é fundamental que a proteína de insetos não seja vista como substituta da base alimentar, que deve continuar sendo composta por ração extrusada de qualidade ou mistura de sementes bem balanceada, com o suporte de alimentos frescos em pequenas quantidades.
No manejo prático, o criador pode testar diferentes formas de oferecer a proteína e ver qual gera melhor aceitação.
Alguns pássaros gostam de consumir insetos desidratados como petisco, enquanto outros preferem quando estão misturados em preparações como a farinhada. O ideal é variar, observar os resultados e ajustar a quantidade conforme a necessidade.
Para épocas como a muda de penas ou o preparo para torneios, pequenas mudanças no cardápio, incluindo proteína de insetos, podem fazer diferença significativa no desempenho e no bem-estar do pássaro.
Por fim, vale destacar que a introdução de novos alimentos sempre deve ser feita de maneira gradual, para que o organismo se adapte sem gerar estresse ou problemas digestivos.
Caso haja dúvidas sobre a quantidade ideal ou a forma correta de incluir esse nutriente, a melhor alternativa é buscar orientação especializada através do agendamento nutricional.
Assim, você garante que o alimento será usado de forma estratégica, sem riscos, e terá a certeza de que está oferecendo o melhor para os seus pássaros.

Pingback: Muda de penas – o que fazer nesse período - Pouliá