O uso de ervas medicinais para tratar vermes é um assunto que sempre chama atenção dos criadores.
Muitos querem reduzir o uso de vermífugos químicos, outros procuram opções naturais para não prejudicar a saúde dos pássaros.
Mas antes de pensar em usar qualquer erva, é importante entender como os vermes chegam até o pássaro, quais são os vermes mais comuns na criação, quais sintomas aparecem e como aplicar as ervas de forma correta e segura.
Mesmo com boa alimentação e manejo cuidadoso, nenhum criador está 100% livre das verminoses. Isso porque o principal meio de contaminação vem do ambiente especialmente das aves de vida livre.
Imagine uma cena comum:
Uma pomba contaminada defeca sobre uma folha de couve. Essa couve é colhida, vendida, e você não higieniza ela e coloca na gaiola. O pássaro come e ingere, junto com a verdura, ovos de vermes.
Outra situação acontece durante o banho de sol. Pardais e outras aves passam sobre as gaiolas e, se deixarem fezes no viveiro, os ovos chegam diretamente no fundo da gaiola, na banheira, nas sementes ou no comedouro.
Basta o pássaro encostar o bico ali para iniciar a contaminação.
Depois de ingeridos, os ovos chegam ao intestino, se rompem e começam a se desenvolver.
Alguns vermes ficam restritos ao intestino, outros podem migrar para fígado, traqueia ou até mesmo o sangue, dependendo da espécie.
Os vermes mais comuns que aparecem na criação de passeriformes são esses:
1. Lombrigas (Ascarídeos)
- Muito comuns em ambientes com aves de vida livre.
- Podem chegar a vários centímetros.
- Causam barriga estufada, perda de peso e fezes alteradas.
2. Tênias
- Parasitas achatados, segmentados.
- Afetam absorção de nutrientes.
- Pássaro come muito, mas não engorda.
3. Giárdia
- Na verdade, é um protozoário, mas causa sintomas semelhantes.
- Provoca diarreia, penas sujas e cheiro forte das fezes.
4. Capilárias (Capillaria sp.)
- Vermes bem finos, difíceis de enxergar.
- Causam fraqueza, apatia e redução do canto.
5. Oxiúros
- Menores e menos agressivos, mas causam coceira e irritação na cloaca.
Conhecer os parasitas ajuda a entender os sintomas e escolher a estratégia certa de tratamento.
Os sintomas nem sempre aparecem da mesma forma, mas criadores experientes costumam notar:
- Pássaro comendo mais do que o normal;
- Perda de peso mesmo alimentando bem;
- Fezes com muco, pedaços brancos ou muito escuras;
- Pena arrepiada;
- Redução do canto;
- Apatia e sono durante o dia;
- Coceira na região da cloaca.
Em infestações mais avançadas é possível ver alterações na cloaca ou até vermes nas fezes. Mas isso é estágio tardio, o ideal é identificar muito antes.
E é aí que entra a importância do exame parasitológico. Ele identifica exatamente qual verme está presente e evita tratamentos aleatórios, que podem não resolver, ou piorar o problema.
As ervas medicinais são ótimas aliadas no tratamento, mas o criador precisa saber o que cada uma faz e como usar.
Elas não substituem a nutrição equilibrada nem a higiene, mas são uma ferramenta interessante quando usadas da forma certa.
Ervas mais utilizadas são a hortelã, sementes de abóbora ou a pimenta dedo de moça.
Essas ervas não matam todos os vermes de forma imediata como um vermífugo químico, mas ajudam a quebrar o ciclo parasitário e reduzir a carga de vermes no organismo.
Do mesmo jeito que existem vários tipos de vermes, é preciso saber qual a erva medicinal que irá eliminar ele. Saber qual é a infestação é tão importante quanto o tipo de tratamento que será utilizado.
Para que elas funcionem, é preciso usar elas dentro de um ciclo organizado. O tratamento começa com 10 dias de oferecimento da erva, 10 dias de pausa e mais 10 dias de oferecimento.
Esse esquema ajuda a atingir vermes jovens e adultos, porque muitos ovos eclodem apenas depois da primeira fase do tratamento.
A erva deve ser oferecida junto a alimentos por exemplo a hortelã pode estar na água, as sementes de abóbora trituradas misturadas na farinhada, pimenta cortada em pequenos pedaços.
As ervas não substituem uma ração de boa qualidade. Elas complementam o manejo, não ocupam o lugar dele.
A prevenção ainda é o fator que mais reduz verminoses. Alguns pontos essenciais:
1. Higienização dos alimentos frescos: Lave folhas, legumes e frutas antes de oferecer. Isso evita que ovos de vermes cheguem à gaiola;
2. Limpeza diária do viveiro: Retirar fezes acumuladas reduz drasticamente a transmissão, já que os ovos são eliminados principalmente pelas fezes;
3. Proteção contra aves de vida livre: Use telas, mantenha os viveiros cobertos, evite deixar comedouros expostos. Pardais, pombas e rolinhas podem trazer vermes, ácaros e piolhos.
Observar diariamente o comportamento dos seus pássaros para verificar se ele está apresentando alguma mudança, é uma indicação de que algo pode estar errado.
Criador atento identifica mais rápido do que qualquer exame. Existem laboratórios que fazem exames de fezes a distância, pode entrar em contato com eles verificar se existe a presença de verminoses na sua criação.
As ervas medicinais ajudam, mas não tratam casos graves. Se o pássaro está muito debilitado, com diarreia severa ou perda grande de peso, o ideal é sempre procurar um profissional especializado para iniciar o tratamento certo para o caso dele.
Durante o tratamento é importante deixar o pássaro separado dos demais e reforçar a alimentação dele, para que ele possa se recuperar e voltar a ter uma vida normal sem sequelas.
Usar apenas ervas em casos avançados ou de forma errada pode atrasar o tratamento e piorar o quadro de saúde.
O melhor tratamento para as verminoses ainda é a prevenção. Reforce a alimentação que é oferecida aos seus pássaros e limpe a gaiola todos os dias para evitar a contaminação.
Dessa forma, as chances de contaminação diminuem bastante.

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